Os Miseráveis

  Aviso que ainda não li o livro. Como sabia que ia lançar o filme, acabei optando ler o livro depois. Então, aqui falarei mais sobre o filme do que o próprio livro. 

   Valjean roubou um pão para alimentar o filho de sua irmã, e por isso foi acusado e condenado por 20 anos devido o seu "crime". Foi tratado como escravo desde então, sofrendo nas mãos do inspetor Javier. Quando, finalmente, foi liberto sob condicional, sua vida só piorava. Ninguém o aceitava para trabalho algum e acabou vivendo como um morado de rua. Até a noite em que foi dormir, sem querer, na porta de uma igreja e foi acordado por um padre. 

   A parti daí, o criminoso Jean Valjean é recebido com bons grado pelo padre, que mesmo sofrendo uma tentativa de roubo por parte de Jean, o perdoa e mostra que ele deveria buscar ser um homem honesto. E é isso que Valjean faz. 

   O filme é um musical, nenhuma novidade. Ele já é bem famoso pois é uma adaptação do livro do francês Victor Hugo, e foi publicado em 1862. Nos primeiros minutos, a história começa com prisioneiros cantando e trabalhando perante a supervisão do inspetor, que por sinal, se acha a lei em pessoa. Depois da cantoria, conhecemos Jean Valjean, interpretado pelo ator Hugh Jackman (sim, sim, sim.. o Wolverine). A parti desse momento, já é possível ter um boa noção de como será o resto do filme, ou seja, muito bom. Por ser fã de musicais, sou suspeita para falar, porém, devo dizer que a qualidade das músicas só aumenta de acordo com as cenas. 

   Após alguns anos, Jean se encontra como prefeito de uma cidade e dono de uma fábrica. Para isso, foi necessário quebrar sua condicional e fugir para onde não o reconheceriam. É nessa parte que conhecemos a doce Fantine (Anne Hathaway), que por causa de uma briga interna entre as operarias da fábrica, acaba sendo mandada embora. 

   Eu diria que essa é um dos momentos mais tristes do filme. A forma como mostraram Fantine chegando ao fundo poço é deprimente, e a interpretação não podia ser melhor. Também, é agora que escutamos uma das músicas mais famosas...

   Os anos se passaram novamente e, agora, Jean se torna "pai" de Cosette, que era filha de Fantine. Por ter sido descoberto pelo inspetor quem ele realmente era, o personagem acaba fugindo várias vezes com a menina para não ser preso novamente. Infelizmente, vemos vários encontros entre Javier e Jean Valjean, não posso dizer como a história dos dois acabou. Mas, digo que Russel Crowe soube mostrar bem a firmeza de um homem que não dúvida de sua função. Entretanto, quanto mais Jean mostrava compaixão pela indubitável opinião de Javier de que um ladrão é sempre um ladrão, mais o inspetor se mostrava fraco perante as atitudes de um homem que optou procurar ser sempre honesto. 

   Felizmente, o foco da história se divide para o romance de Cosette com Marius e o movimento revolucionário de jovens estudantes. Este último que deu liberdade para que Victor Hugo falasse sobre o contraste entre a pobreza e alta sociedade francesa, mostrou claramente a ignorância dos ricos se manterem cegos a tanta gente passando fome. E, assim, aparece uma das minhas cenas preferidas!

   Nas últimas partes, mostra o final de cada personagem apresentado no decorrer da história. E o desfecho da vida de Jean Valjean, onde seu crime foi apenas roubar um pão, nos mostra que a humildade nos ajuda em qualquer aspecto de nossas vidas.

   Existe vários detalhes, coisas que podem parecer não tão importantes, mas são o que transformaram essa história em um dos maiores clássicos da literatura. Misturando um pouco de tudo : paixão, morte, sofrimento, perdão e amor... O autor nos mostra uma realidade em que qualquer pessoa que nascesse desafortunado está condenado a uma vida infeliz. E qual é a melhor forma de expressar todos esses sentimentos se não é através de músicas? As melodias combinam com o significado que cada cena quer mostrar, algumas são repugnantes, outras tristes e tem aquelas que nos faz querer cantar junto pelo resto do dia. Bem, é quase impossível não acabar refletindo sobre questões da natureza humana e, na minha opinião, é uma história que deveria estar na lista de coisas para ler/assistir de qualquer pessoa.